Nos últimos meses, uma onda de especulações tomou conta das redes sociais: “o Nubank vai fechar?”. A pergunta, que assusta milhões de brasileiros, voltou a figurar com força entre os tópicos mais pesquisados no Google, reacendendo uma antiga teoria infundada que já havia surgido em 2022. A nova rodada de boatos, no entanto, não passou de desinformação impulsionada por mudanças técnicas e discussões regulatórias que foram mal interpretadas por parte do público.
Com mais de 95 milhões de clientes ativos, o Nubank é hoje uma das maiores instituições financeiras digitais da América Latina. A startup, nascida em 2013, tornou-se símbolo da revolução bancária brasileira — e, justamente por sua visibilidade, é alvo constante de rumores e teorias conspiratórias que se espalham com facilidade no ambiente online.
De onde surgiu a ideia de que o Nubank vai fechar?
A faísca que reacendeu o boato veio com alterações no setor de investimentos do banco, mais especificamente nos Brazilian Depositary Receipts (BDRs) negociados na Bolsa de Valores brasileira. A mudança, anunciada no fim de 2024, afetou a forma como esses títulos são disponibilizados, mas não impactou correntistas, nem comprometeu o funcionamento da instituição.
Mesmo assim, bastou essa movimentação para que interpretações equivocadas fossem disseminadas, especialmente em vídeos e postagens alarmistas que viralizaram no TikTok, Instagram e X (antigo Twitter). Muitos usuários passaram a compartilhar a ideia de que o banco estaria passando por dificuldades financeiras ou se preparando para sair do mercado.
O que diz o Nubank sobre o assunto?
Em comunicado oficial publicado em seu blog institucional, o Nubank foi direto:
“Seguimos operando normalmente, com uma base sólida de mais de 95 milhões de clientes, e continuamos a crescer no país”.
A empresa também destacou que seus resultados financeiros recentes demonstram lucro crescente, o que desmonta qualquer narrativa de falência ou colapso. Só no último trimestre de 2024, o Nubank reportou aumento significativo no seu lucro líquido, impulsionado por operações de crédito e ampliação de sua base de clientes na América Latina.
Além disso, analistas do mercado ressaltam que a fintech é uma das mais capitalizadas do setor e conta com aportes robustos de investidores internacionais, o que confere segurança à sua estrutura de longo prazo.
Discussão regulatória e possível mudança de nome
Outro fator que deu combustível à desinformação foi uma proposta do Banco Central que está em análise e pode impactar diretamente o nome da empresa. A proposta sugere que empresas financeiras que não possuem licença bancária plena deixem de usar o termo “bank” em suas marcas comerciais.
Isso significa que, caso a medida seja aprovada, o Nubank teria de abandonar o “bank” e possivelmente passar a se chamar apenas “Nu”. No entanto, essa alteração seria puramente estética e regulatória, sem afetar os produtos, serviços ou a estabilidade da instituição.
Mesmo assim, essa discussão gerou ruído, especialmente entre usuários menos familiarizados com o funcionamento do sistema financeiro. A associação direta entre “mudança de nome” e “encerramento das atividades” gerou um efeito dominó de interpretações erradas, agravado pela velocidade com que boatos circulam nas redes.
A importância da verificação de informações
O caso do Nubank serve como um alerta para os perigos da desinformação, especialmente quando ela se alastra em áreas sensíveis como o sistema financeiro. Quando se trata de boatos sobre bancos, fintechs ou investimentos, a ansiedade do público cresce — e é aí que mora o risco.
Especialistas em finanças apontam que a falta de checagem de fontes confiáveis, aliada ao hábito de consumir conteúdos superficiais e sensacionalistas, é um dos principais fatores que alimentam boatos como esse. Muitas vezes, uma pequena mudança técnica, como no caso dos BDRs, acaba sendo distorcida e disseminada sem contexto, criando um cenário de pânico infundado.
Nubank continua firme e em expansão
Enquanto os boatos se espalhavam, o Nubank seguia firme, anunciando novos produtos, expansão internacional e recordes de adesão em diferentes segmentos, como empréstimos pessoais e investimentos. Em 2024, a empresa ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão em receita trimestral, além de registrar crescimento acelerado no México e na Colômbia.
O banco digital também vem investindo fortemente em educação financeira, suporte ao cliente e novas funcionalidades para o aplicativo, como controle de gastos por categorias e sugestões personalizadas de investimentos, o que tem contribuído para a fidelização da base de usuários.
Rumores não são novidade para o Nubank
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o Nubank precisa esclarecer publicamente que não está encerrando suas operações. Em 2022, um boato semelhante ganhou tração após uma falha pontual no sistema de transferências. Na ocasião, o atendimento ao cliente ficou temporariamente indisponível, o que bastou para que vídeos e prints falsos se multiplicassem pela internet.
A resposta, como agora, foi categórica: o Nubank está operando normalmente, com base sólida e planos de crescimento a longo prazo.
Como identificar um boato financeiro?
Identificar uma notícia falsa sobre finanças pode parecer difícil, mas alguns sinais são quase sempre os mesmos. Veja algumas dicas para não cair em armadilhas:
- Verifique a fonte: só confie em informações vindas de veículos jornalísticos confiáveis ou comunicados oficiais da empresa.
- Evite compartilhamentos impulsivos: se a notícia parecer alarmante demais, pare e pesquise antes de divulgar.
- Procure o contexto: às vezes, mudanças operacionais são distorcidas em vídeos sensacionalistas. Entenda o que realmente está acontecendo antes de tirar conclusões.
- Não confie apenas em vídeos curtos: conteúdos no TikTok e no Instagram muitas vezes simplificam temas complexos. Busque explicações completas em fontes especializadas.
Conclusão: o Nubank não vai fechar
A conclusão é clara e objetiva: não há nenhum indicativo de que o Nubank encerrará suas atividades no Brasil. Os boatos que circularam no fim de 2024 e início de 2025 foram impulsionados por desinformação, interpretações erradas sobre mudanças nos BDRs e uma possível (e hipotética) alteração de nome por exigência regulatória.
A empresa segue firme, lucrativa e em plena expansão — e reforça que continuará oferecendo seus serviços normalmente a seus milhões de clientes. Em tempos de boatos digitais, o mais sensato é manter a calma, buscar fontes confiáveis e evitar alimentar desinformação.
