Dólar sobe frente ao real, impulsionado por fatores externos

O dólar à vista encerrou o dia com uma alta de 0,46%, a R$ 4,8616, impulsionado por fatores externos que exerceram pressão sobre o mercado cambial. No cenário interno, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou um aumento de 0,12% em julho, após uma baixa de 0,08% no mês anterior. Contudo, a inflação de serviços, um indicador observado de perto pelo Banco Central, desacelerou para uma alta de 0,25% em julho, comparado ao aumento de 0,62% registrado em junho.

A reação inicial ao IPCA foi uma diminuição do dólar à vista, que atingiu a marca de R$ 4,8616 (-0,46%) pouco após a divulgação do índice. No entanto, a moeda americana rapidamente reverteu essa trajetória, aproximando-se da estabilidade. O movimento seguinte foi influenciado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, que revelou que o índice de preços ao produtor para a demanda final aumentou 0,3% em julho, contrastando com a variação zero do mês anterior. Em um período de 12 meses até julho, os preços ao produtor tiveram um aumento de 0,8%, em comparação com a alta de 0,2% em junho. Esses números superaram as expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam um aumento de 0,2% no mês e de 0,7% na comparação anual.

Essa surpresa nos números do índice de preços ao produtor dos EUA contribuiu para que o dólar ganhasse força em relação a uma cesta de moedas fortes no cenário internacional, além de se fortalecer em relação a boa parte das moedas de países exportadores de commodities ou emergentes. A análise por trás desse movimento baseia-se na percepção de que, com a inflação ainda em aceleração, o Federal Reserve, o banco central dos EUA, pode ser levado a elevar as taxas de juros mais uma vez ainda este ano.

Dessa forma, o cenário externo, com influências vindas tanto dos indicadores de inflação nos EUA quanto da possibilidade de mudanças na política monetária americana, desempenhou um papel crucial na trajetória do dólar frente ao real, marcando as negociações cambiais do dia.

A alta do dólar frente ao real pode ter um impacto negativo na economia brasileira, tornando as importações mais caras e diminuindo o poder de compra dos consumidores. Além disso, a alta do dólar pode também levar à fuga de capitais do Brasil, o que pode pressionar ainda mais a taxa de juros e a inflação.

O Banco Central do Brasil (BCB) tem tomado medidas para tentar conter a alta do dólar, como a elevação da taxa básica de juros e a venda de dólares no mercado cambial. No entanto, essas medidas ainda não foram suficientes para reverter a tendência de alta da moeda americana.

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